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domingo, 5 de fevereiro de 2012

Mulher: sujeito de experiência[1] na Batalha da Borracha



DAYANE BARBOSA MATOS


[...] seqüência de acontecimentos, ocorridos em sua maioria no hemisfério norte ou do outro lado do Oceano Pacífico, que deu origem no Brasil à quase desconhecida Batalha da Borracha. Uma história de imensos sacrifícios para milhares de brasileiros mandados para os seringais amazônicos em nome da grande guerra que conflagrava o mundo civilizado. Um capítulo obscuro e sem glórias de nossa história que só permanece vivo na memória e no abandono dos últimos soldados da borracha (NEVES, Marcos Vinícius[2]).


            Assim teve início a chamada Batalha da Borracha[3], mas a intenção não é discorrer mais uma vez sobre esse acontecimento. Atear-se-á aqui, a um sujeito que vivenciou esse acontecimento. Sujeito que quase sempre é esquecido, pouco mencionado e quase nunca levado em consideração: a mulher.
            Relembrando a fala da estimada Bezerra[4], o Centro de Documentação e Informação Histórica – CDIH, da Universidade Federal do Acre; encontra-se repleto de Monografias e Trabalhos de Conclusão de Curso referentes ao: 1º e 2º Surto da Borracha, bem como sobre a Guerra do Acre[5] e os Sindicatos (informação verbal).
            No que diz respeito aos trabalhos que abordam o 2º Surto da Borracha, notou-se que basicamente só é trabalhado a questão do Soldado da Borracha (homem), esquecendo-se quase sempre das mulheres, essas quando mencionadas, são apenas no papel de esposas, mães e filhas dos heróis do Acre.
            Tomando como base o fato de que a mulher, assim como o homem (soldado da borracha), foi também um sujeito diante o cenário em questão, o presente artigo discorrerá somente acerca da mulher, apontando e pontuando as várias mulheres existentes na mulher seringueira.

1.1 – Mulher-seringueira:

A discussão sobre o trabalho das mulheres nos seringais é escassa e restrita a frases e/ou parágrafos, quando não totalmente inexistente no âmbito da etnologia, história e iconografia, em que pese o extenso e importante corpo de produção acadêmico-iconográfico sobre o processo de produção da borracha, notadamente na América Latina. (SIMONIAN apud PORTELA, Michelle da Costa. Inpa, 2006).


            Por ser considerada a extração da borracha uma atividade pesada e perigosa, logo se atribuiu a idéia de que a extração da borracha era um trabalho unicamente masculino, o que legitima o silenciamento no que diz respeito ao trabalho das mulheres na produção da borracha.
            Segundo Souza[6] e Silva[7], Simonian[8] desenvolveu durante os anos de 1986 e 1987, uma pesquisa sobre as mulheres seringueiras nos seringais de Xapurí, Tarauacá, Rio Branco e Brasiléia e constatou que tantos os homens como as mulheres, ainda insistem em tornar invisível a participação da mulher na produção da borracha.
            O que faz-nos perceber que essa divisão sexual do trabalho que ocorre no campo das idéias e dos discursos[9], que se sustentou historicamente[10] acabou sendo incorporado ao discurso das mulheres seringueiras.
            Mesmo diante esse silenciamento, sabe-se que o governo recrutou homens (soldados da borracha) para “servir a pátria”, porém de acordo com Souza e Silva, existem registros de que as mulheres também exerciam atividades nesses espaços (os seringais), atividades que iam desde a coleta do látex e defumação até os serviços domésticos, principalmente.
            Apesar de toda a fragilidade, submissão e pureza que constituem o modelo de mulher ideal; a mulher seringueira vai encontrar na desilusão de uma vida melhor, forças, e assim apresentou sinais de resistência à dura vida na floresta, vida a qual não estava habituada.
            Umas viúvas, outras abandonadas pelos maridos, viram-se obrigadas a aprender a pescar, remar, atirar e ainda mais, trabalhar na extração do látex, já que há tempos dominavam o trabalho da roça: ordenhar, capinar, plantar, colher... Fato que contraria o silenciamento e a invisibilidade do trabalho feminino nos seringais, durante o Segundo Surto da Borracha.



1.2       – Mulher: mãe e doméstica

            É do saber de todos que quando os milhares de nordestinos e outros foram recrutados como Soldados da Borracha, os seringais amazônicos não ofertavam boas condições de moradia, bem como de saúde e de educação. Ficando essas duas últimas a cargo das mães.
     
Como gerar filhos queridos diante da amargura que o lugar proporcionava a ela e a seu marido?[...] Sem médicos para assisti-la em seus partos e em suas doenças. Muitas morreram de parto. Parteiras existiam, mas as distâncias imensas as faziam parir sozinhas ou quando menos, ajudadas por seus maridos, que realizavam o que podiam no trabalho de parto, isso quando se encontravam em casa, porque na maioria das vezes se encontravam nos seringais (FERREIRA, Maria Liège Freitas[11])

            Como demonstra Ferreira, a mulher era médica de si mesma, de seus filhos e esposos. Através de saberes indígenas que lhe eram repassados, de saberes ganhos através das experiências vividas, tirava da floresta o próprio remédio. Da floresta vinha doença, da floresta vinha à cura, quando vinha.
            Além de serem responsáveis pela saúde dos filhos e esposos, também era destinado a elas o cargo de educadoras.
            Com fidelidade, repassavam aos seus filhos o pouco - muito[12] que conheciam.
            Também eram exercidas por elas as atividades domésticas. Entre essas atividades estavam à limpeza da casa, o cuidado com os filhos, o preparo da alimentação, o cuidado com as roupas... Atividades não muito diferentes das atuais, a menos no que diz respeito às condições em que tais atividades eram realizadas. Além das atividades já mencionadas, os cuidados com os animais domesticados era responsabilidade das mulheres, bem como o roçado.
           


02 – Tristeza, solidão e saudades de outrora

[...] na empresa seringalista a mulher constituiu mão de obra atuante tanto quanto os homens. Mas pela condição de ser mulher e, portanto, carregando o estigma da pureza e da submissão foi a que mais sofreu com o “código da mata” a que foram submetidas (FERREIRA, Maria Liège Freitas).

           
            Nos discursos referentes à importância da ocupação da Amazônia, era enaltecido o papel da família, instituição que cabia ao homem exercer o papel de autoridade.
            Assim, serão essas mulheres submissas e reprimidas pela ordem social vigente, que irão acompanhar os maridos (futuros soldados da borracha), muitas delas por obrigação, até os seringais acreanos. Agora será somada a dor da repressão que sempre fora submetida pelos discursos sexistas, a dor da migração. Será ela arrancada de seus entes queridos, de sua realidade, etc.
            Haesbaert[13] apud Ferreira, afirma que o desterritorializar na mulher ocorre de uma forma mais lenta do que no homem. Na mulher, esse processo é mais traumático, pois a desterritorialização nunca apaga sua identidade, seu local de origem. Visto que o sentir da mulher é diferente do homem, pois as óticas são diferentes, a forma como é realizada a leitura da floresta bandida[14] é outra, a mata é vivenciada e sentida de um outro jeito.
            “Como dividir seu corpo e bem querer a um homem também marcado e sofrido pela revolta da exaustão no trabalho da seringa?”, pergunta Ferreira. Simples, sexo por obrigação. Mais uma dor a ser somada as já inúmeras dores sentidas/vivenciadas por elas.
            Assim, seja ela a imigrante ou a índia tomada à força, retirada dos seus, maltratada, violentada e depois tomada como esposa, a que mais sofrerá a vida nos seringais acreanos.
            A saudade de seus lugares de origem somada à dor da exploração física e sexual a que estavam submetidas, aos maus tratos dos esposos seringueiros e da própria floresta, faziam das mulheres os personagens mais sofridos no cenário da mata.
            Sofrimento que só encontrava refúgio nos encontros com outras mulheres nos igarapés onde lavavam as roupas; nos batizados, casamentos, encontros motivados pela ordem religiosa era o lugar do desabafo, das queixas. Momento onde ficavam longe do olhar de seus vigilantes.


           
03 – Considerações finais
           
            Assim como foi discutido nas palavras acima, viu-se o descaso dado a questão: mulher sujeito de experiência durante o Segundo Surto da Borracha.
            Felizmente percebe-se que mesmo lentamente, já começa surgir focos de produção acadêmica a assuntos relacionados. Como é o caso de Souza e Silva, Portela[15], Ferreira e a não menos importante Simonian que ao longo dos anos vem se dedicando a causa: mulher na Amazônia.
            Esses trabalhos, mesmo que não tratem diretamente da mulher durante a batalha da borracha, muito ajuda enquanto material disponível a pesquisa bibliografia. Trabalhos de considerável importância acadêmica, política e social, que trazem afirmações e indagações dignas de serem discutidas e aprofundadas.
            Assim, espera-se que o presente trabalho tenha contribuído, mesmo que de maneira simplória e ainda superficial, para a comunidade acadêmica. Chamando-lhe atenção para essa discussão, que a um primeiro olhar pode parecer ultrapassada[16], mas que ainda tem muito a ofertar.




[1] Aqui será entendido por “sujeito de experiência”, aquele que desenvolve a prática, a prática de vida no mundo. O mundo em questão são os seringais acreanos durante o Segundo Surto da Borracha.
[2] NEVES, Marcos Vinícius. Historiador e arqueólogo Marcos presidente da Fundação Garibaldi Brasil.
[3] Cf. A Batalha da Borracha na Segunda Guerra Mundial; Obra de Pedro Martinello.
[4] BEZERRA, Maria José. Possui Doutorado em Ciências pela Universidade de São Paulo (2006). Atualmente é estatutária da Universidade Federal do Acre.
[5] É assim que os bolivianos se referem ao período que corresponde a 1899-1903. Partindo da premisse de que o que houve não pode ser chamado de revolução, entendo aqui que revolução é uma mudança no campo da superestrutura: no social, econômico, político, ideológico... Optou-se por adotar o termo utilizado pelos bolivianos.
[6] SOUZA, Sheila Ximenes de. Discente do Programa de Pós-Graduação Mestrado em Geografia da Universidade Federal de Rondônia – UNIR e Pesquisadora do Grupo de Estudos sobre a Mulher e Relações de Gênero – GEPGENERO
[7] SILVA, Maria das Graças Silva Nascimento. Professora Adjunta do Departamento de Geografia, Coordenadora do GEPGENERO e Orientadora no Mestrado em Geografia.
[8] SIMONIAN, Ligia Terezinha Lopes. Possui Doutorado em Antropologia - City University of New York (1993) e Pós-Doutorado na City University of New York (2000/2001). Atualmente é professora associada do quadro de docentes da Universidade Federal do Pará, junto ao Núcleo de Altos Estudos Amazônicos (NAEA).
[9] Percebeu-se que essa divisão sexual do trabalho só existe no campo das idéias e dos discursos, tendo em vista o trabalho exercido pelas mulheres no processo de produção da borracha, mesmo que esse seja considerado tipicamente masculino.
[10] Acredita-se que não é apenas no Segundo Surto da Borracha que há esse silenciamento do trabalho feminino.
[11] Maria Liège Freitas Ferreira. Profª no Departamento de História e Geografia, da Universidade Federal de Campina Grande, Campus de Campina Grande. Mestre em História, pela Universidade Estadual Paulista, UNESP – Campus de Assis.
[12] No sentido de que pouco conheciam das leis e coisas do gênero, mas muito sabiam da floresta, das coisas da vida. E assim, preparavam da melhor forma possível os filhos, para que esses fossem fortes e menos sofridos.
[13] Rogério Haesbaert da Costa. Doutorado em Geografia (Geografia Humana) pela Universidade de São Paulo, Brasil (1995) Professor Associado II da Universidade Federal Fluminense.
[14] A mulher verá na floresta a causa de todas as suas dores.
[15] PORTELA, Michelle da Costa; da UFAM.
[16] Por se tratar de um dado período histórico já muito trabalhado e discutido entre os historiadores locais e 
regionais.



Referências bibliográficas

FRANÇA, Vera. O discurso de identidade, discurso de alteridade: o outro por si mesmo. 2001. Disponível em: http://www.fafich.ufmg.br/gris/biblioteca/ artigos/discurso-de-identidade-discurso-de-alteridade-o-outro-por-si-mesmo.pdf /view. Acesso em: 25 de jun. de 2010.


FERREIRA, Maria Liège Freitas. Mulheres no seringal: submissão, resistências, saberes e práticas (1940-1945). Disponível em: http://www.fef.unicamp.br/sipc/anais8/Maria%20Li%C3%A8ge%20Freitas%20Ferreira%20-%20UNESP% 20Pg.pdf. Acesso em: 28 de jun. de 2010.


PORTELA, Michelle da Costa. A mulher seringueira em Varadouro – um jornal das selvas. In: FAZENDO GÊNERO – CORPO, VIOLÊNCIA E PODER, 8., 2008. Florianópolis. Disponível em: http://www.fazendogenero8.ufsc.br/ sts/ST19/Michelle_da_Costa_Portela_19.pdf. Acesso em: 30 de jun. de 2010.


SOUZA, Sheila Ximenes de; SILVA, Maria das Graças Silva Nascimento. Os ciclos econômicos e a condição feminina na Amazônia rondoniana. In: FAZENDO GÊNERO – CORPO, VIOLÊNCIA E PODER, 8., 2008. Florianópolis. Disponível em: http://www.fazendogenero8.ufsc.br/sts/ST49/Souza-Silva_49.pdf. Acesso em: 30 de jun. 2010.


NEVES, Marcos Vinícius. Soldados de uma guerra sem fim - a esquecida batalha da borracha. Disponível em: http://www.bibliotecadafloresta.ac.gov.br/index.php. Acesso em 03 de jul. 2010.

SANTOS, Fabiane Vinente dos. "Brincos de ouro, saias de chita": mulher e civilização na Amazônia segundo Elizabeth Agassiz em Viagem ao Brasil (1865-1866). História, Ciências, Saúde – Manguinhos. v.12 n.1 Rio de Janeiro jan./abr. 2005. Disponível em:  http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-59702005000100002&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt. Acesso em: 05 de jul. de 2010.


segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Programação da I Semana Acadêmica dos Estudantes de História Da UFAC



Dia 6
Dia 7
Dia 8
Dia 9









Manhã

Inscrições
07h30min às 09h00min


“Neoliberalismo e os Movimentos Sociais de Trabalhadores” – Vicente Gil
09h00min às 10h30min

“Resistências e Emancipações na Era do Capitalismo Verde: Desafios Para Pensar e Agir Desde a Amazônia Continental” – Elder Andrade
10h45min às 12h00min
“Propostas Temáticas do Grupo de Pesquisa Cultura e Experiências Sociais” Carlos Alberto
08h00min às 09h30min



Filme “Iracema uma Transa Amazônica” comentado por  Hélio Moreira
09h45min às 12h00min

Mesa Redonda Com Estudantes
08h00min às 10h15min





“A Passagem de Che Guevara no Acre” – Daniel Klein
10h30min às 12h00min

Tarde
Mini-Cursos
13h30min às 18h30min

Mini-Cursos
13h30min às 18h30min

Mini-Cursos
13h30min às 18h30min


Mini-Cursos
13h30min às 18h30min





Noite

“A Metamorfose dos Movimentos Sociais no Acre” – Sávio Maia
19h00min às 20h30min


“O Heavy Metal Como Produto da Década Perdida” Wlisses James
20h45min às 22h00min



Mesa Redonda com Militantes
Dos Movimentos Sociais
19h00min às 21h30min




Sarau

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

DA DITADURA MILITAR À DITADURA DA CORRUPÇÃO


A década de 1960 foi marcante em todo o mundo, principalmente pela ebulição dos movimentos culturais, sociais e políticos. No Brasil, foi à década da “revolução de 1964”, como os militares carinhosamente chamaram o Golpe de Estado que haviam promovido contra o governo de Jânio Quadros.
O golpe/regime militar do Brasil durou duas décadas, todavia suas consequências causaram um retrocesso incomensurável para o país. Foram tempos de combate, luta e muito derramamento de sangue, pelo retorno da democracia. Mas, o fim do regime militar nos trouxe a tão sonhada democracia? Essa é uma questão a se pensar.
O sonho de um país democrático parecia enfim estar se realizando, após as Diretas Já, que culminou com a elaboração da constituição de 1988 e a eleições diretas em 1989, onde Fernando Collor de Melo foi eleito, no entanto dois anos depois de sua posse em 1992 sofreria o impeachment, inaugurando assim uma nova ditadura que, aqui denominamos ditadura da corrupção, onde se tem infectado a politica brasileira e na ultima década, esteve mais visível que nunca.
Uma ditadura que age sob a luz do sol, que da ao Brasil, uma das melhores colocações no ranking dos países mais corruptos, aqui tudo finda em se corromper. O filosofo suíço Jean-Jacques Rousseau, em sua obra O Contrato Social, nos coloca que, “o homem nasce bom, e que a sociedade é quem o corrompe”. Trazendo para a realidade brasileira poderíamos dizer que, “os brasileiros nascem honestos, mas é, a politica que os corrompem”. Tudo no Brasil parece estar sob os olhos vigilantes da corrupção.
Durante a ditadura militar os que lutavam contra o regime eram calados pela força. Na ditadura da corrupção, os honestos acabam sendo comprados, aliás, neste regime ditado pela corrupção tudo é comprado, tudo é vendido. O Brasil mais parece um grande comércio, onde quem tem dinheiro compra tudo, e quem não tem, acaba vendendo até sua dignidade. Chega de dólares em cuecas, chega de desvios de dinheiro publico, chega de veda de votos por um trocado qualquer. É hora de dar um basta em tanta corrupção, é hora de acordar, é hora de levantarmos a bandeira pelo fim da corrupção.    

Por Adriana de Santana Azevedo Historiadora - Bacharel em História pela Ufac e acadêmica do curso de Licenciatura em História-Ufac

Espaços de Memória


Comumente pensamos que espaços de memória são museus, arquivos, bibliotecas, prédios públicos ou particulares com relevante importância histórica e cultural para o Estado, mas o patrimônio cultural de uma sociedade não se resume a isto. Praças, mercados, pontos de taxi, escolas, parques urbanos e demais espaços que de uma forma ou de outra se tornaram referências com relevante importância histórica para certos grupos de pessoas também merecem ser considerados espaços que fazem parte da memória de uma cidade.
A praça da revolução, por exemplo, representa para muita gente o início de um relacionamento amoroso, de amizades, o lugar de descontração em meio ao cotidiano de obrigações, assim como o cenário de muitas lutas por melhorias sociais. Já no mercado dos colonos acontece o encontro entre o campo e a cidade, é o lugar onde os produtores rurais e os consumidores da cidade se encontram e compartilham culturas, vivencias e modos de vida distintos. Os pontos de táxi são lugares onde a realidade política, econômica, estrutural, social, é discutida com propriedade, pois os taxistas são sujeitos que conhecem a cidade de forma integral, conversam com pessoas de todos os bairros, trafegam nas mais diversas ruas e vêem todos os dias o contraste entre centro e periferia que quem está preso no seu conforto, algumas vezes com uma boa vontade preguiçosa não consegue, ou não quer ver.
A importância cultural que esses espaços têm em si é geralmente despercebida, talvez por não representar uma prioridade do Estado. Mas nesses lugares permeiam sentimentos, lembranças, histórias, e por isso são dignos de memória e merecem ser respeitados e preservados. 


André Ferreira
Força!

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Programação da I Semana Acadêmica dos Estudantes de História Da UFAC



Dia 6
Dia 7
Dia 8
Dia 9









Manhã

Inscrições
07h30min às 09h00min


“Neoliberalismo e os Movimentos Sociais de Trabalhadores” – Vicente Gil
09h00min às 10h30min

“Resistências e Emancipações na Era do Capitalismo Verde: Desafios Para Pensar e Agir Desde a Amazônia Continental” – Elder Andrade
10h45min às 12h00min
“Propostas Temáticas do Grupo de Pesquisa Cultura e Experiências Sociais” Carlos Alberto
08h00min às 09h30min



Filme “Iracema uma Transa Amazônica” comentado por  Hélio Moreira
09h45min às 12h00min

Mesa Redonda Com Estudantes
08h00min às 10h15min





“A Passagem de Che Guevara no Acre” – Daniel Klein
10h30min às 12h00min

Tarde
Mini-Cursos
13h30min às 18h30min

Mini-Cursos
13h30min às 18h30min

Mini-Cursos
13h30min às 18h30min


Mini-Cursos
13h30min às 18h30min





Noite

“A Metamorfose dos Movimentos Sociais no Acre” – Sávio Maia
19h00min às 20h30min


“O Heavy Metal Como Produto da Década Perdida” Wlisses James
20h45min às 22h00min



Mesa Redonda com Militantes
Dos Movimentos Sociais
19h00min às 21h30min




Sarau
19h00min às 00h00min

domingo, 27 de novembro de 2011

Ser Mais Um e o Ato de Ler

A entrada de indivíduos nas universidades sempre foi visto nas famílias brasileiras como um motivo de orgulho, mas não é de se espantar que muita gente despreparada vem adentrado nas nossas Universidades, sem ao menos ter lido um clássico de nossa literatura e, vou mais além, sem nem saber as principais sentenças matemáticas. Chegamos a uma questão, de quem será a responsabilidade desses fatos acontecerem com tanta frequência? Como um modo de engrossar o caldo para essa discussão, apontaria de forma pacífica, alguns colaboradores para isso: A Família, Os Processos Seletivos e as Escolas.
A família como um alicerce educacional de todo indivíduo, tem falhado muito na maneira de introduzir seus pequenos no mundo da leitura. A falta de tempo dos familiares, ou até mesmo a falta de dialogo dentro das casas, contribui para que não haja o interesse pela leitura. Os processos seletivos são outro ponto chave de nossa indagação. Eles se tornaram um teste de sorte e uma forma de ganhar dinheiro de cursinhos preparatórios. A verdade é que esses lugares deveriam observar onde está a deficiência de cada ingressante, antes de incentivar os mesmos a fazerem qualquer curso, de qualquer área. Outro alvo é a escola, o lugar onde é formada opiniões, o senso crítico. É verdade que não são todas as escolas, e nem posso criticar as mesmas em si, pois confluências exteriores interferem em seu processo de ensino aprendizagem. Contudo, o que deve ser revisto em nosso modelo é o sistema educacional, que vem falhado fatidicamente, sem incentivar o habito da leitura e da escrita, onde cada dia vem entregando os conteúdos mastigados (qualquer hora dessas, o professor vai ter que mastigar, engolir o conteúdo e dizer que o aluno aprendeu). É lamentável o nível que chegamos dentro das Universidades, como se já não bastasse, todos os problemas pelo quais nós estudantes enfrentamos a cada dia. Ainda nos deparamos com pessoas que tem uma base sólida familiar. Passaram por boas escolas e processos seletivos e acreditam que Mario de Andrade escreveu Dom Casmurro, ou que três vezes três é igual a doze.
Com efeito, esse texto não e só uma critica a estudantes. É um texto que incentive a vontade de se tornarmos bons profissionais, pois não basta só apontar erros, temos que ter noções de como melhorar o nosso meio. Se você entrou em uma Universidade ou luta para isso, leia, estude, pesquise e participe. Não seja só mais um espectro das universidades brasileiras, se torne um cidadão com vontade de fazer a diferença dentro do nosso país. Como vemos todo dia, não precisamos de mais um político, de mais um profissional sem caráter, isso temos de sobra. Sejamos alguém que modifica por competência e vontade de fazer a diferença.


Ana Paula Souza

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Bem vindos ao Acre


Venho neste texto fazer um desabafo a todos os cidadãos de Rio Branco, não da mais pra aceitar tanto desmando e corrupção nesta cidade e neste estado.
Desde já esclareço que não sou partidário e odeio qualquer grupo político, pois são eles que fazem todas essas jogadas que nos prejudicam tanto, a troco de favores e cargos públicos comissionados. Esquecem-se de toda uma população que está realmente sofrendo. Você acreano. Esse grupo que ai está há 12 anos vincula nos meios de comunicação do estado, que por sinal nunca falam nada contra o atual governo e os anteriores, pelo contrario cobrem qualquer tipo de atividade desde que os governantes deste estado estejam envolvidos, enquanto as verdadeiras noticias são abafadas para que você cidadão acreano não tenha acesso a elas. Imprensa dominada, comprada, alugada. Esses são os termos para a imprensa acreana, não passam de mercenários. Parem para pensar por que hoje está faltando na sua mesa acreano, alimentos que a alguns anos eram quase que rotineiros, como a banana e o açaí, sem falar na carne bovina, todos produzidos no próprio estado, porém caros para o trabalhador. Se comprar carne em um mês não se compra roupa, ou se paga as contas de luz e água, outro ponto que merece destaque nesse estado, a luz e água. Energia precária, observe quantas vezes a luz cai em sua residência em seu comercio, varias vezes em uma semana, às vezes, muitas vezes no dia prejudicando todo um andamento de uma cidade e de pessoas honestas.
E a tal internet da floresta digital que eles cortam quando querem, para que o estado fique sem comunicação, e não divulgue acontecimentos como o do dia 18 de fevereiro de 2011 onde mais de 2000 estudantes invadiram as ruas da cidade de Rio Branco, protestando contra o aumento da tarifa de ônibus. Ponto principal deste desabafo, a situação do transporte coletivo da cidade de Rio Branco é um absurdo, poucos ônibus, os que têm são sucateados, observe cidadão e veja se eu estou mentindo ou se são eles, as propagandas da TV dizem que agora Rio Branco conta com uma nova frota de ônibus, mais o que vemos e andamos todos os dias são ônibus velhos no Maximo reformados, pintados, e tem mais, são tão inescrupulosos que nem fizeram questão de apagar os nomes dos bairros de São Paulo. Ônibus que já não rodavam em São Paulo e foram mandados pra cá e a empresa ainda ganha a licitação, como é possível? Se já estava decretado que toda a frota de Rio Branco deveria ser renovada. Parem e pensem cidadãos acreanos, vivemos em uma democracia ou não. Será que vocês a quem destino este texto não se indignam com tanta safadeza e jogadas políticas para o enriquecimento das empresas dos Viana, que já são donos de quase tudo neste estado, e ainda fazem parcerias com pessoas da família Cameli, para garantir permanência no poder, como no caso das ultimas eleições. Nem mesmo um plebiscito eles respeitam, nos já votamos e para que o nosso horário voltasse, e por que isso ainda não aconteceu, eu digo por que eles estão enrolando o máximo possível para que a Globo e a Amazonsat entrem com recurso no supremo tribunal para derrubar o plebiscito, a pedido dos Viana, cujos egos foram feridos quando perderam as eleições aqui em Rio Branco e o Plebiscito. Irmãos acreanos não da mais pra deixar quieto, ta na hora de acordarmos e lutarmos contra esses ditadores chamados de heróis do povo, analisem ao seu redor e vejam que nada está melhor, as mudanças que eles tanto apresentam na TV não chegaram, 12 anos e o estado ainda é o que era antes, e não se enganem com belas praças, esgotos a céu aberto com belas calçadas ao lado, nós estamos fazendo nossas caminhadas cheirando esgoto, acordem! Vamos nos juntar contra esses canalhas que dizem que lutam pelos pobres, para a tarifa de ônibus, boicotem, não paguem os 2,40, paguem apenas 2,00 reais, ou nem paguem, quanto à luz, todos juntos vamos encaminhar, processos contra essa empresa de energia. Se a água que chega à sua casa não é de qualidade vamos dar banhos nestes safados com elas, e fazê-los beber ou se na sua casa nem chega água, não pague a conta que vem, não da pra pagar por algo que você não usa. E tem mais, agora inventaram uma tal de pensão para governadores cujo seu Jorge Viana é o maior defensor. Agora pensem se realmente estamos no melhor lugar para se viver, como é vinculado nas propagandas da TV.
Eu digo irmãos que ainda não estamos no melhor lugar pra viver, mas nós podemos torná-lo, se começarmos a agir e não aceitar esses abutres que vem apenas sugar o nosso povo e nossa terra, quando começarmos a nos importar com nós mesmos ao invés de levantar bandeiras para políticos safados, que só nos enganam, nós podemos mudar essas realidade. É só nos unirmos!

Eu não tenho medo deles!
Jorge Neto